Com a Selic mantida em 15% pela 16ª semana consecutiva, segundo o Boletim Focus divulgado na segunda-feira (13), o crédito continua caro e a sobrevivência de micro e pequenas empresas exige cuidado redobrado. O Brasil tem 24,2 milhões de empresas ativas, sendo 93,8% de micro e pequeno porte, de acordo com o Mapa de Empresas do governo federal. Só no segundo quadrimestre de 2025, mais de 1,6 milhão de novos negócios foram abertos, mas outros 942 mil fecharam no período.

Nesse cenário, não basta apenas buscar alternativas de financiamento. Evitar erros básicos é fundamental para não aumentar o risco de endividamento, alerta Fábio Saraiva, advogado e presidente da Conaje (Confederação Nacional de Jovens Empresários).

Segundo ele, os quatro deslizes mais comuns são:

• Assumir dívidas sem planejamento - Comprometer o caixa sem avaliar prazos e condições pode gerar efeito bola de neve.

• Não comparar opções de crédito - Aceitar a primeira proposta do banco pode sair caro diante das taxas e exigências diferentes no mercado.

• Usar financiamento de longo prazo para despesas de curto prazo - Essa distorção enfraquece a saúde financeira do negócio.

• Misturar contas pessoais e empresariais - Além de dificultar o controle, aumenta o risco de desorganização e endividamento.

“Esses pontos enfraquecem a empresa e podem gerar endividamento desnecessário”, afirma Saraiva. Ele destaca também que corrigir essas falhas pode ser o primeiro passo para atravessar o momento de juros altos com mais segurança. “Muitas vezes, evitar um mau contrato já é tão importante quanto conseguir acesso ao crédito”, completa.