Especialista avalia que quando a transição estiver completa em 2033 (incluindo a operação plena do split payment, já a partir de 2027), débitos e créditos tributários serão automatizados
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O novo cenário pós-BC e FED
Cortes nos EUA atraem capital para mercados emergentes, mas inflação e política fiscal pressionam o Brasil
A mudança de rumo na política monetária dos Estados Unidos, com o início da redução dos juros pelo Federal Reserve (FED), já começa a repercutir nos mercados emergentes. O corte de 0,25 ponto porcentual (p.p.) anunciado em setembro não surpreende, mas inaugura um novo ciclo que pode redefinir o tabuleiro global.
No Brasil, os juros seguem em patamar elevado, em torno de 15%. O contraste com o país norte-americano (agora com taxa próxima a 4,25%) tende a atrair investidores em busca de retornos mais altos. Esse movimento, conhecido como carry trade — captar onde o capital custa menos e aplicar onde rende mais — pode intensificar a entrada de recursos estrangeiros, valorizando o real e aquecendo os mercados financeiros.
Se os cortes do FED prosseguirem — há apostas de até 0,75 p.p. adicional até o fim do ano —, o diferencial de juros ficará ainda mais favorável. Em tese, isso amplia o potencial de fluxo externo para o País. Um câmbio mais forte, nesse contexto, ajuda a conter a inflação importada e reduz custos de insumos e bens trazidos do exterior.
No entanto, esse processo não é tão simples. A inflação de serviços permanece resistente. Gastos com alimentação fora do lar, saúde e cuidados pessoais avançam acima de 6% ao ano (a.a.), mostrando-se pouco sensíveis ao aperto monetário e refletindo uma demanda interna aquecida.
Ao mesmo tempo, o quadro fiscal preocupa: a proposta orçamentária para 2026 prevê aumento de despesas sem medidas claras de contenção, o que levanta dúvidas sobre a capacidade do governo de equilibrar as contas e pressiona as expectativas de inflação.
Na atividade econômica, os sinais de desaceleração são nítidos. O IBC-Br, indicador mensal do Banco Central (BC), registrou retrações consecutivas — 0,74% em maio, 0,1% em junho e 0,5% em julho. Não se trata de recessão, mas já revela perda de fôlego.
Outro ponto de atenção é a volatilidade do capital externo. A valorização do real pode comprometer a competitividade das exportações nacionais, encarecendo nossos produtos no exterior. Além disso, o ingresso de capitais de curto prazo é instável, basta uma mudança de humor nos mercados ou algum tropeço interno para que os recursos saiam na mesma velocidade com que entraram.
Manter juros elevados por longo período também cobra o seu preço: o crédito encarece, o investimento produtivo arrefece e o crescimento fica limitado. Nesse cenário, o BC precisa de respaldo. Sem uma política fiscal mais responsável, é difícil justificar uma flexibilização desses juros.
Assim, os cortes do FED abrem uma janela de oportunidade para nós, mas não resolvem as fragilidades locais. O País pode se beneficiar do contexto externo, atrair capital e ganhar fôlego, desde que avance na própria agenda — controlar gastos, enfrentar a inflação dos serviços e consolidar um ambiente econômico confiável.
Se houver alinhamento entre as políticas fiscal e monetária, o Brasil poderá transformar o novo ciclo mundial em impulso real para o crescimento. Caso contrário, correrá o risco de ver o capital especulativo entrar e sair rapidamente, deixando para trás apenas instabilidade.
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