O parecer do senador Eduardo Braga para o 2º projeto de lei complementar de regulamentação da reforma tributária (PLP 108 de 2024) trouxe algumas mudanças sobre a aplicação de multas e penalidades
Área do Cliente
Notícia
Diesel e reoneração: a conta será paga pelo povo outra vez?
Visando dar fim às paralisações dos caminhoneiros que ocorrem em todo o Brasil, a Câmara de Deputados aprovou na noite de ontem (23) o texto-base do projeto que prevê a suspensão provisória, até dezembro deste ano, do PIS/Cofins sobre o diesel. A
Visando dar fim às paralisações dos caminhoneiros que ocorrem em todo o Brasil, a Câmara de Deputados aprovou na noite de ontem (23) o texto-base do projeto que prevê a suspensão provisória, até dezembro deste ano, do PIS/Cofins sobre o diesel. A ação visa diminuir o valor do combustível em questão, conforme o requisitado nos protestos.
O tributo corresponde a R$ 0,4615/litro (14%) no valor do diesel. Segundo dados da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), o Governo fatura cerca de R$ 2,5 bilhões por ano com o imposto (juntamente ao Cide). No caso da gasolina, que não entra no acordo, o valor do tributo fica ainda maior, estabelecendo-se em R$ 0,7925/litro.
Para que a redução do imposto sobre o diesel fosse aprovada, o Governo exigiu como condição a aprovação imediata do substitutivo ao Projeto de Lei (PL) 8456/17, que prevê a reoneração da folha de pagamento. Com isso, a desoneração, concedida pela ex-presidente Dilma Rouseff, deixa de ser válida para empresas de vários segmentos. 26 destes setores (como a área da tecnologia e da comunicação), por sua vez, seguem beneficiados até 2020, quando a desoneração será totalmente eliminada.
Elaborada em 2011, a lei da desoneração permitia que as empresas de 56 setores da economia optassem pela melhor forma de contribuição tributável previdenciária, permitindo então que o valor descontado fosse sob o faturamento (até 4,5%) da empresa ou continuasse sob a folha de pagamento (20%) dos funcionários.
O objetivo da iniciativa era reduzir o custo das empresas e estimular a contratação de profissionais, diminuindo o desemprego e aquecendo a economia. Com a reoneração, toda contribuição previdenciária volta a ser taxada exclusivamente sob a folha de pagamento – com exceção das que continuam beneficiadas até 2020.
“A desoneração foi um excelente benefício para as empresas, ajudando muito na baixa do desemprego”, defendeu o diretor administrativo da SCI Sistemas Contábeis, Everton Marçal. Mesmo tendo a empresa contemplada com a desoneração até 2020, o administrador demonstrou contrariedade ao acordo. “Voltando esse imposto, vai ser um estímulo a não contratar, elevando a informalidade, as contratações sem registro. Já é uma carga satisfatória de impostos que o Governo recolhe, não faz sentido aumentar”.
Segundo a doutora Iara Parisotto, especialista em Gerência Contábil e professora da Universidade Regional de Blumenau (Furb), a conta final cairá para o consumidor. “Não tem como reonerar e não aumentar o preço do produto ou serviço”, argumentou.
Iara também demonstrou preocupação com a manobra política e os desdobramentos econômicos da reoneração. “Todos estão se aproveitando e fazendo política com um assunto sério”, disse a doutora. “O Brasil está perdendo a longo prazo, pois perdemos a competitividade como país e continuamos vendendo commodities porque nossa indústria não é competitiva”.
Mas não somente economistas e empresários que se mostraram preocupados e indignados com a atual situação. Valdir Pietrobon, Diretor Político Parlamentar da Fenacon (Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas), foi enfático ao assegurar que “a conta vai cair para o povo”.
“A Fenacon não aceita tudo isso”, garantiu o diretor da entidade ao comentar sobre a manobra que relaciona a reoneração à diminuição da tributação sobre os combustíveis. “Aumentar os impostos, mudar a forma de pagamento dessas empresas que pagam por faturamento e fazê-las voltar a pagar por folha de pagamento: isso vai diminuir a quantidade de empregos”.
Pietrobon também defende uma imediata Reforma Tributária total, alegando que “não adianta diminuir aqui para aumentar ali”. Segundo ele, isso se trata do “começo de um grande problema que vamos enfrentar no Brasil. Aumentar o imposto gera inflação, e essas empresas vão aumentar o preço final, e quem vai pagar é o consumidor”.
“A Fenacon irá trabalhar para que eles entendam que esse não é o caminho”, reafirmou. “A maioria dos governantes toma atitudes pensando no hoje e não se importam nas consequências futuras, quando não estarão mais ali. É assim que acontece no Brasil”, finalizou.
Aprovada pela Câmara, a proposta de acordo já foi encaminhada para o Senado. Estima-se que R$ 3 bilhões serão renunciados com a exclusão temporária do PIS/Cofins sob o diesel. Porém, o valor perdido será rapidamente recuperado com o fim da desoneração.
Uma vez aprovado pelo Senado, o substitutivo ao Projeto de Lei (PL) 8456/17 referente a reoneração deverá aguardar uma noventena (90 dias) para entrar em vigor, conforme prevê a Constituição Federal referente a alterações tributáveis.
Notícias Técnicas
A medida entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026, observando-se integralmente o princípio constitucional de anterioridade, seguindo as regras estabelecidas pelo artigo 150, inciso III.
Entenda os impactos e como se preparar para o novo cenário até 2032
Por lei, quem não se adaptar deve pagar tributos mesmo no período de teste, mas o maior risco é operacional
Implicações do novo sistema de recolhimento para o fluxo de caixa e a infraestrutura tecnológica
Notícias Empresariais
Levantamento do Sebrae mostra que o país criou 412 mil novos empreendimentos no mês; setor de Serviços lidera
Ao lidar com falhas de forma madura, profissionais mostram resiliência, inteligência emocional e disposição para evoluir
Uma das Comissões da Câmara dos Deputados aprovou um projeto que eleva o limite de faturamento do MEI para R$ 150 mil ao ano
Houve salto de mais de 1.000% nas contratações em julho, com 6.099 novos contratos firmados
Estimativa aponta que impacto seria de 138 mil empregos perdidos, mas será mitigado pelo pacote de socorro do governo
Notícias Melhores
Atividade tem por objetivo garantir a perpetuidade das organizações através de planejamento e visão globais e descentralizados
Semana traz prazo para o candidato interpor recursos
Exame de Suficiência 2/2024 está marcado para o dia 24 de novembro, próximo domingo.
Com automação de processos e aumento da eficiência, empresas contábeis ganham agilidade e reduzem custos, apontando para um futuro digitalizado no setor.
Veja as atribuições da profissão e a média salarial para este profissional