A Portaria nº 579/2025, publicada pela Receita Federal no Diário Oficial da União de 17 de setembro de 2025, traz alterações importantes à Portaria RFB nº 568/2025
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O outro lado da história: como sofrer menos ao demitir
Empreendedores criam vínculos com a sua equipe, especialmente quando são poucos funcionários. Como encarar o momento de mandar alguém embora?
A demissão nunca é um momento fácil. Para o demitido, claro, porque perde seu emprego e inevitavelmente se sente rejeitado, mas para quem demite também. Ninguém gosta de ser o portador de más notícias ou dispensar um funcionário com quem criou vínculos. No caso de empreendedores, pode ser ainda mais doloroso. Isso porque, não raramente, a pessoa que está sendo demitida participou da construção do negócio e viveu momentos importantes ao lado dos fundadores.
Altino Junior, da Casa do Construtor, sabe bem o que é isso. A empresa, que aluga equipamentos para profissionais e pequenas empresas de construção, nasceu em 1993 em Rio Claro, no interior de São Paulo. Boa parte do time começou junto com Altino e Expedito, os dois empreendedores, e morava na mesma cidade. Além da amizade entre as pessoas, havia também a questão de uns conhecerem as famílias dos outros. “A demissão me atingia muito no emocional, fazia mal para mim. Tinha o aspecto de a pessoa ter família e ficar desempregada, além de eu ter que demitir alguém com quem tenho uma ligação”, conta Altino.
Com a ajuda de outros empreendedores, do conselho consultivo, de mentorias e da Sônia de Oliveira, consultora em Gestão de Gente e Organizações, a equipe da Casa do Construtor aprendeu a encarar melhor esse processo. Uma nova gestão de pessoas e uma outra visão sobre a demissão possibilitou essa mudança. “Nos primeiros momentos, era dificílimo fazer alguma dispensa. Não que a gente tenha atingido o estado da arte, mas hoje está muito mais fácil do que há alguns anos”, conta Altino. Confira os aprendizados do empreendedor e as dicas de Sônia para que a demissão não seja uma dor tão grande.
Sensação de pertencimento
É natural que a demissão de alguém que participou do crescimento da empresa seja mais difícil do que a de um funcionário de uma grande multinacional, por exemplo. Segundo Sônia, nas empresas que começaram pequenas e tiveram um crescimento acelerado, boa parte do time sente que fez parte da construção daquela história. “A pessoa foi testemunha do crescimento, viveu adaptações, passou por outras crises. Sente que ajudou a fazer. Mas às vezes, ela precisa ir embora justamente porque está tão condicionada a um tipo de processo que passa a fazer parte do problema”, afirma.
Demissão com respeito
Segundo Altino, a demissão é muito mais dolorosa se as expectativas em relação ao funcionário não estiverem alinhadas – ele toma um susto quando recebe a notícia e não entende por que precisa sair. É comum os empreendedores não cuidarem disso. “O problema é que o empreendedor está focado na sua ideia, no seu modelo de negócio. Ele chama pessoas capazes de ajudá-lo a construir essa ideia, mas nem sempre deixa claro o que espera de cada um do time”, afirma. A solução para isso é ter um processo de avaliação e acompanhamento estruturado dos colaboradores.
“Para mim, demissão com respeito acontece quando você constrói com o time os objetivos e metas da empresa, diz o que espera dele, é transparente nos resultados e dá feedback sobre desempenho e atitudes. Se os resultados não forem atingidos, a demissão é parte do processo. Assim, fica mais fácil tirar o emocional da decisão”, diz Altino.
Avalie atitudes
Outra questão que a Casa do Construtor percebeu que atrapalhava era a contratação de pessoas apenas considerando o conhecimento técnico. “A demissão geralmente é motivada mais por atitudes do que por conhecimento”, afirma Altino. A empresa concluiu que para não se frustrar nem frustrar os colaboradores, precisava também avaliar o comportamento. “Hoje nosso recrutamento e seleção tem mais foco nas atitudes das pessoas, para formar uma equipe alinhada com nossos valores e nossa cultura”, conta.
Não pense que a demissão é o final de uma história
Um fator que ajudou muito Altino foi mudar a sua visão sobre a pessoa que estava sendo demitida. Em primeiro lugar, ele hoje percebe que manter uma pessoa no time que não está mais performando, por mais que haja um vínculo, pode prejudicar a empresa como um todo. “Quando eu dispenso alguém, estou trazendo para aquele posto ou para aquele desafio outra pessoa mais competente, que vai gerar mais resultado. Consequentemente, a empresa vai crescer e ter condições de contratar mais gente. Cria-se um ciclo virtuoso. A demissão deixa de ser um problema para ser uma solução”, diz.
Além disso, para o demitido, por mais que não pareça no momento da saída, pode ser uma oportunidade de encontrar um caminho melhor. “Se a pessoa não está performando, é porque não está no lugar certo. No fundo, a demissão é uma oportunidade de se encontrar em um trabalho em que vai se sentir mais útil, entregar mais resultado e ter mais condições de crescer. Não acho que ninguém é ruim. A pessoa apenas não está adequada para as necessidades da empresa naquele momento”, conclui.
Não procrastine
Quando o empreendedor percebe que uma pessoa da equipe não terá muito a contribuir para o novo momento da empresa, ele deve imediatamente começar o que Sônia chama de “conversas robustas”. São conversas sinceras sobre o quanto aquela pessoa contribuiu até ali e quais são os planos da empresa para o período seguinte.Se a pessoa estiver em um momento diferente do momento do negócio, não adianta buscar alternativas como trocá-la de função ou criar um novo cargo exclusivo.
“O empreendedor está muito preparado para enfrentar uma série de adversidades, mas tem dificuldade para lidar com questões pessoas. Ele vai adiando porque todo mundo é amigo e aí chega um momento em que não consegue tomar decisão”, diz Sônia.
Ajuda externa
Não pense que a transformação da mentalidade do Altino e da Casa do Construtor mudou do dia para a noite. Foi um processo que envolveu muita ajuda. Além da troca de experiência com outros empreendedores, a empresa contou com Sônia e com o conselho consultivo. Ela ajudou com uma avaliação de crenças e valores e o conselho fez o papel de cobrar mudanças na gestão de pessoas.
Segundo Sônia, é sempre importante que o empreendedor tenha com quem compartilhar dilemas. “Ele precisa buscar suporte com alguém para evoluir na gestão de pessoas. Não pode tomar decisões sobre pessoas isoladamente, pois corre o risco de cometer injustiças ou postergar decisões”, explica.
Portanto, se você, empreendedor, não consegue evitar o sofrimento na hora de demitir e está perdendo noites de sono por conta disso, pense se não é hora de procurar um aconselhamento. Dispensar colaboradores faz parte da rotina de uma empresa e ajustes nos seus processos podem tornar essa situação muito menos dolorosa.
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